segunda-feira, 31 de março de 2014

TRANS-FORMA- AÇÃO




Não foi por acaso que me inscrevi para fazer o curso “Corpo e Saúde: Psicologia das Doenças Somáticas”, no início deste ano(2013). Eu já havia me inscrito para fazer outro curso, quando, através do site do CRP, tomei conhecimento  do Instituto Müller Granzotto e, dessa forma, do Curso. O que mais me motivou a desistir do outro curso e me inscrever neste, foi o fato de não somente trabalhar dentro da Abordagem Gestáltica, mas por propor uma metodologia vivencial-prática, com o objetivo de “formar profissionais que tenham um olhar  novo para a relação entre adoecimento e as novas formas de viver na atualidade”, tendo como instrumento de trabalho seu próprio corpo.
As vivências realizadas no decorrer do Curso foram de suma importância para despertar em mim uma outra forma de olhar para mim mesma, para o meu corpo; de estar atenta às manifestações e, através dessas manifestações, perceber, tomar consciência do momento em que estou vivendo e de como estou vivendo; e, a partir daí, agir de forma dinâmica e positiva.
“ Antes de sobrevir à doença, o corpo fala, ele sinaliza, começando com um certo desconforto, em seguida vem  os sintomas, depois a dor para então se instalar a doença”.
Ao ter consciência disso, passei a colocar em prática esse novo saber; procurei estar atenta às manifestações do meu corpo, a ouvi-lo e a dar uma parada no momento em que ele pede. Passei a entender que “cuidar da saúde não é lutar contra nada, nem ainda contra a doença. É conhecer o que somos e aceitar limites e possibilidades.” Ou seja, é entender a doença e não lutar contra aquele órgão, pois a doença se manifesta naquele período para ver como estou vivendo. A maneira como eu vivo, me organizo, é a maneira como eu lido com o meu corpo. “O órgão está adoecendo porque tem um conflito ali, com a minha forma de viver. Lidamos com o nosso corpo como lidamos com outras coisas da vida.”
Por isso, é muito importante saber qual é e como é a forma como  eu lido com o meu corpo, pois é como eu vejo o mundo , é como eu me relaciono com o mundo. É como eu vejo as coisas. Ao voltar-me a esse saber sobre o meu corpo, certas questões,preocupações que foram apresentadas no primeiro encontro deixaram de existir. As dinâmicas/vivências realizadas durante o curso foram muito significativas, pois mudaram a minha maneira de ser, de agir e de pensar em relação a mim mesma, aos outros e ao mundo.
Quando tive de parar para escutar o meu corpo (primeiro encontro), procurar sentir quais os pontos de tensão ou partes que estavam afetadas por alguma doença ou desconforto, minha maior preocupação, motivo de ansiedade era minha Tireóide. E, por não estar atenta aos sintomas que  há algum tempo o meu corpo vinha sinalizando, acabei desenvolvendo o hipotireoidismo. A médica queria entrar com medicamento; teria que tomar para o resto de minha vida. Pedi mais um tempo, ela me concedeu mais dois meses. Foram suficientes para não precisar tomar o medicamento. Mudei apenas a minha alimentação e a minha maneira de ver esse problema não como doença, mas como algo que pode ser administrado, estando atenta às manifestações do meu corpo, interagindo com ele de forma positiva, sempre com o olhar voltado para o momento que estou vivendo e de como estou vivendo. O mesmo aconteceu com as coceiras e alergias que sentia em meus braços.
Isso é maravilhoso! Pela primeira vez aprendi a me amar mais e a cuidar mais de mim mesma. A me encantar com o meu corpo. Aprendi a me conhecer melhor, a me apropriar do que é meu, a fechar certas gestalts que até então estavam abertas. A técnica “Diálogo entre órgão e corpo” me fez perceber, principalmente nas supervisões, o que era meu e o que era do consulente. A trabalhar como terapeuta as polaridades, o outro lado da doença ou do conflito aí presente.
Foi muito importante entender que o instrumento de trabalho que irei utilizar com o meu consulente é o meu próprio corpo. Isto é, o Gestalt-terapeuta usa o seu próprio corpo para fazer a leitura do que acontece no campo. Ele faz as intervenções a partir das sensações que sente em seu corpo, em relação ao que acontece no campo. Por isso, é fundamental saber qual é e como é a forma como eu lido com o meu corpo. Eu sou o meu próprio instrumento de trabalho.
Obrigada! Este curso transformou a minha vida.*
 Teresinha Tartare Fortunato**

* Trecho do trabalho de conclusão do curso CORPO E SAÚDE: Psicologia das doenças somáticas (2013).
** Psicóloga, Gestalt-terapeuta (1999) e aluna do Curso CORPO E SAÚDE: Psicologia das doenças somáticas. (2013, turma Viscerar-te)

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